quarta-feira, setembro 20, 2006


Receio? Medo de quê?!

Medo das pessoas, é esse o meu maior medo. Completamente imprevisiveis, absolutamente premeditantes... Paradoxo das situações que partilhamos com outras pessoas. O contexto em que uma pesso ase tende a inserir terá enorme influência no comportamento da mesma parea connosco. Já não falo de uma possivel variação da toillete, mas uma mudança de humor. Quer dizer, como tal, que teremos todos a tendencia para sermos emocionalmente aleijados, numa expressão técnica que demonstra perfeitamente o que quero conotar com a situação.
Não, seguramente não somos aleijados, nem psico nem fisicamente. Temos aqui um excelente exemplo de uma a resposta fléxivel, expressão utilizada por Kennedy, na Kennedy Round, durante a Guerra-fria. Por palavras mais compreensiveis, se a, no seguimento do exemplo, URSS resolvesse efectuar um ataque aos EUA ou a qualquer outro aliado, este ultimo agrupamento de Nações teria que ter em conta todas as variaveis do contexto e das dimensões em que se deu essa ofensiva. Isto é, responder consoante os estragos.
Ora, nós respondemos ao ambiente consoante a situação em que nos inserimos no momento da decisão. Assim, num baile de gala teremos uma comunicação bastante mais solene para com os convidados, provavelmente, usaremos um fato completo ou vestido de noite, e manteremos a pose durante o evento; já num forró de aldeia, qualquer vestimenta servirá para nos sentirmos bem, qualquer linguagem calão ou pronuncia é bem-vinda, interessando somente se nos estamos a divertir. Aqui temos expressa a maneira como somos maleaveis consoante o espaço em que nos inserimos, ou escolhemos inserir: um espaço serve para nos pavonearmos, digamos; enquanto que noutro estaremos bastante mais libertos para a diversão.
Mas serão poucas as pessoas que conseguem conjugar ambos, e muitas as que aparentam tal capacidade. Aqueles que não suportam um baile de gala só quer sair dali para ir beber uma cerveja a qualquer sitio, outro, com uma tradição de convivio social mais pacato e integro, encolhe-se num canto para que ninguém o reconheça, para que ninguém o incomode ou dirija a palavra, para que ninguém o ameace.

Temos, assim, que escolher uma de duas hipoteses: ou nos habituamos a ambos os ambientes e tentamos estar bem em ambos; ou somos selectivos e picuinhas ao ponto de não ter um verdadeiro convivio com as pessoas. Ou, sejamos condescendentemente divertidos, ou limitemo-nos o meio em que nos inserimos. Como já referi, trata-se de uma selecção de critérios, nada mais...trata-se de uma selecção de pessoas.
O ambiente que nos rodeia é constituido, logicamente por outras pessoas. Pessoas "escolhidas" por nós, e, consequentemente, num dos momentos desagradaveis que retratei, penetras na nossa saúde mental. No último caso, a sanidade da pessoa dependerá da sua força de manter a pose e capacidade de condescendência aceitável.

Treinemo-nos desde cedo, porque são mais os momentos em que estão presentes pessoas que nos "assustam" do que aqueles em que não é necessário grande esforço mental para nos sentirmos bem :)...


Nuno Loureiro

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