terça-feira, janeiro 17, 2006

Imaginação...

A imaginação... Por muitos definida como criatividade, uma forma de "moldar o universo que nos é apresentado consoante as nossas capacidades inatas e adquiridas". Por outros trata-se de pegar num objecto já concretizado e adicionar-lhe novas formas (o que para mim se chama plágio)...
Para mim, imaginação é algo que ainda não consegui definir...só concretizar. Através da ecrita, como o faço agora, consigo e consegue quem quer, transmitir as ideias mais profundas que nos invadem o pensamento. É a chuva que cai sob a forma de espontaneidade perante a qual nós decidimos abrigar, ou simplesmente deixá-la molhar-nos esperando que escorra, para onde?, só nós sabemos.
Pegando na ideia anterior, imaginação é criatividade, podemos dizer. É materializar algo em concepções perante os factos da vida. Pois, a melhor concepção com a qual já me deparei será aquela de um grande amigo meu. Portanto, se nós somos burros, porque procuramos a inteligência? A burrice é a dádiva da ignorância, que todos deviam agradecer e não tentar livrar-se dela, como se de um malogro se trata-se. A burrice traz-nos felicidade, porque com ela não se apercebe o sujeito dos problemas que o mundo nos reserva.
Ora, é neste ponto que eu tenho que discordar Joãozito =). O burro não conhece, é verdade, o mal da sociedade, porque nasceu sem capacidades e não mostra interesse ou tem possibilidades de as adquirir. Pois, e que é feito das alegrias? deixando de parte o mundo por ignorância voluntária, também estas se nos escapam. Por outras palavras, está mais que comprovado (por mim, e o suficiente) que partimos para o mundo sem nada saber e dele conseguimos o que queremos com a nossa "intelectualidade". Dele provêm tristezas, que são mais mas menores que as alegrias concedidas =). No todo, posso dizer que o que me marcou foram as alegrias, porque com as tristezas nós aprendemos a escapar a outras tristezas. Com as alegrias aprendemos a buscar mais alegria, não fosse grande o prazer da felicidade. Portanto:

Tristezas -------> Alegrias (porque aprendes a evitar mais tristezas)

Alegrias ----------- Mais delas

=)

A felicidade não provém da burrice, mas do prazer que nós temos (ou pelo menos eu tenho) de dizer que por elas passei e nelas não fiquei, "ultrapassei com toda a vontade imaginável e possível", diríamos. E isto é que mostra a inteligência de uma pessoa. Por isso, não procures ser burro porque a felicidade está na infelicidade do inteligente (o que parece um slogan do ministério da educação Português, mas não é!). A inteligência adquire-se com a vontade de escapar à ignorância feliz.
Assim digo, não é feliz ser burro, simplesmente uma forma de demonstrar que não tivemos força para aproveitar a nossa condição. E quem diz que quer ser burro para ser feliz, primeiro, devia ser preso, segundo, mostra suficiente inteligência para não voltar a ser burro. Queimar neurónios não é a solução. Enfrenta as "merdas" da vida porque são as piores que te trazem as boas "merdas" =).

E fica aqui mais uma mostra de por onde "escorrem" as minhas ideias.


Nuno de Sá Lemos.

3 comentários:

Anónimo disse...

Ora bem... visto que o post se iniciou num opúsculo sobre a imaginação e acabou - sabe-se lá bem porquê - numa dissertação sobre um dos meus pontos de vista - que já retirei (não após ler este post, fique bem claro) por ter estado em contacto durante um dia inteiro com saloios intelectualmente comparáveis a amibas. Resolvi expor de forma clara o ponto de vista que defendi e que foi incorrectamente exposto por sua digníssima pessoa - não que o seja, é obvio!
O ponto de vista burrice = felicidade era inserido na prerrogativa de que os Burros – coloquei 'b' grande porque é a única coisa que esses ser apoplécticos têm de grande, a burrice, a nível intelectual é claro porque de resto não sei, nem quero saber – não têm qualquer ambição logo o mínimo que tenham é já motivo de verdadeira contentação.
Sendo a felicidade para estes energúmenos de fácil acesso é natural que a tenham em maior quantidade do que aqueles que entendem, ou pensam entender, o mundo – já que são dotados de inteligência, dotados não… que exercem a sua inteligência e como tu bem disseste fazem uso da sua condição de seres humanos e não de simples animais irracionais – e, neste ponto, são mais felizes.
Concordo que a infelicidade, também, afecte esses vermes sociais, mas não são infelicidades existenciais, são o tipo de infelicidade que um emprego ou uma queca resolvem, quanto muito que só seja resolvido pelo tempo – no caso de perda de alguém da mesma corja – logo estão pouco tempo num estado de infelicidade. Além do mais a felicidade para os burros chega com a simples premissa de se achar inteligente. Aqui é que reside o cerne da questão. O verdadeiro burro considera-se inteligente e, portanto, não tem pejo nenhum em proferir exclamações do género: “És um burro de merda!”. Considerando-se inteligente, não tendo ambições do foro intelectual, e não tendo capacidade de discernir o mundo social o que lhes pode causar infelicidade profunda que não se resolva com os métodos ou processos que já assinalei? Nenhuns!
Assim sendo o que resta além da infelicidade se não a felicidade? – poderia, o meu caro amigo, referir a apatia, mas a apatia vem da burrice logo remeto a argumentação para a argumentação supra assinalada.
Chegamos agora ao ponto de assinalar o porquê da efemeridade e escassez da felicidade dos seres intelectualmente desenvolvidos. Daqui também parto da premissa que um ser inteligente almeja algo para si, uma realização pessoal. O facto de possuir apenas estas qualidades não faz o inteligente infeliz, no entanto, estas ligadas a uma ambição grande torna a felicidade impossível.
Enquanto que no primeiro caso a felicidade é possível, não obstante de ser mais difícil que no caso dos Burros, uma vez que a ambição de realização pessoal pode ser alcançável e aí produz uma felicidade inexoravelmente maior que a felicidade dos burros. Maior exactamente por ter sido mais trabalhada, mais ‘suada’. A infelicidade, nestes casos, é mais complexa e, tal como a felicidade – mas em sentido inverso – mais profunda.
No caso em que a inteligência é acompanhada de grande ambição ou ambição extrema – o meu caso devo confessar – a felicidade resume-se a poucos momentos e é sempre uma felicidade crepuscular, ou seja, diluída entre o negro e a luz. E porque é que tal acontece? Devido ao conhecimento que possui – mais o que pensa possuir – em perfeita harmonia com a ambição. Quando a felicidade de uma concretização chega nasce, nesse preciso momento, o almejar de algo mais grandioso e, pela falta de esse algo aliado ao desejo de o ter, uma certa infelicidade que destrói a felicidade que tanto inteligentes moderados como os burros têm.
Apesar de saber a verdade não sabe a felicidade. Apenas a felicidade momentânea. Superar as tristezas torna-nos, efectivamente, mais resistentes e mais capazes de sermos felizes, no entanto, não nos dá felicidade. A frase: ”Enfrenta as ‘merdas’ da vida porque são as piores que te trazem as boas ‘merdas’” é interessante no entanto as ‘boas merdas’ nunca chegam pois nunca são totalmente boas logo não dão total felicidade. O que dá são, como já referi, as concretizações almejadas. Que no caso dos burros são medíocres e no caso dos inteligentes de ambição desmedida em constante progresso e evolução, logo inconcretizaveis totalmente.
Esta reflexão leva-me a uma outra: Para que é que existimos. Considero que para sermos felizes! Assim sendo, e decorrida a minha explicação, resta a questão de qual destes está, efectivamente, a proceder ao papel para que existe, se é que há algum papel, alguma razão e se é que algum destes tipos de pessoas cumpre esse papel – caso exista.
O papel destinado ao Homem – sim, existe um papel - é o de ser feliz e, em simultâneo, atingir a maior maturação intelectual possível.
Posto isto considero que nenhum dos tipos apresentados correspondem às expectativas. Os Burros, por não terem desenvolvimento intelectual, os inteligentes acrescidos de ambição desmedida por não terem felicidade, os inteligentes moderados por não levarem ao máximo as suas capacidades intelectuais.
Assim sendo denota-se a impossibilidade de preencher os requisitos para satisfazer a verdadeira essência do Homem – caso esta exista e seja a por mim apontada.
Por último, Nunituh, revelo-te o verdadeiro motivo pelo qual – como referi no início deste texto – renunciei ao meu desejo de ser burro. É bastante simples compreender depois da explanação que fiz em relação aos tipos de inteligências. Nenhuma delas é perfeita e, portanto, pertencer a cada uma delas é uma escolha – ou dádiva – que acarreta prós e contras logo penso ser preferível escolher uma categoria que me permita andar de cabeça erguida pela rua, sem assassinar a língua, sem ter pessoas a ter sobre mim a opinião que tenho sobre os fracos de espírito e, também, por uma questão de beleza. Gosto da beleza e esta só pode ser verdadeiramente apreciada pelos inteligentes. De resto é a única coisa que torna suportável a existência dos intelectualmente muito desenvolvidos com ambições extraordinárias. E é, também, por exacta razão que no que concerte aos Burros não acrescentei os fúteis.
Apesar de terem uma inteligência reduzida, usam-na – geralmente – para o belo, pelo que merecem consideração. Além do que conseguem articular mais do que duas ideias nem que sejam as ideias de centro comercial, lojas, roupa, marcas…
Em conclusão, oh ser de ousadia tremenda –Nunituh - , a inteligência pode até ser a fuga à ignorância, mas não trás felicidade, apenas beleza – o que é deveras extraordinariamente bom.

Abraços e kuss kuss deste super Homem nietzschiano – para quem não domine a filosofia deste grande filósofo o super Homem é aquele que detém o poder criador, o poder de criar o seu mundo, os seus valores, mesmo que estes sejam iguais aos dos restantes seres saíram de dentro do super homem e, por isso, são autênticos e únicos.

João A. Silveira
20/01/2006

Anónimo disse...

Este teu post foi mesmo para alguem enfiar a carapuça, no?!

Anónimo disse...

Ninguém mais convencido que tu, para teres um blog que tem o teu nome como tema e ainda por cima, se dá à lata de ter comentários de deus... lol
Eu sei que não tem nada a ver com o post, mas não deixa de ser estranho teres um comentario maior que o post comentado... lol
Sabes como gosto do que escreves ;)

BEIJU GANDE