quinta-feira, julho 07, 2005

Tempo

O tempo está cinzento
Ameaça chover...
Mas não chove.
Ameaça cair...
Mas só corre.

Frustrante...
Profundamente,
Magnificamente,
Grandiosa e
Esplendorosamente
Frustrante...

Está cinzento,
Como eu.
Quase negro,
Como eu.
Vai descarregar...
Não só eu.

Tem que se viver...
Não consigo!
Quero o jazigo
E aí! que chova em cima.

Frio, barulhento...mas calmo.
O paradoxo do mundo
È o meu também.
Porque com chuva passei
Toda a maldita vida.

È hora de paz, sossego, amor,
Amizade, calma, sol...
Preciso do sol, do azul do céu,
Do calor...
Do teu!

Porquê?, porque me abandonaste
A meio deste desastre
À miséria
À fome
A esta doença que chamo vida!

Os outros vivem,
Que nem rouxinóis, cantando felizes...
Mas eu!
Porque só tenho isto?!

Quero mais não tenho tudo
Não tenho..não posso ter nada.

Farto...Farto!
Estou doido
Desta malária, cólera
Dengue...
Que quiserem chamar à
Vida.


Que chova de uma vez,
Raios me partam!...

Nuno de Sá Lemos.

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